quinta-feira, 31 de março de 2011

COMO A IGREJA DISTORCEU A MENSAGEM DA CRUZ




Eu começo a segunda parte da “Teologia da Cruz” exibindo ipsis litteris o que eu recebi pela internet. Trata-se do desabafo de um padre católico, que elaborou muito bem sua resposta à demanda jurídica SOBRE A RETIRADA DOS SÍMBOLOS RELIGIOSOS DOS LUGARES PÚBLICOS.

Ação do Ministério Público Federal que pede a retirada de símbolos religiosos nos locais públicos federais de São Paulo. Sobre a decisão de retirarem a Cruz dos lugares públicos.

Que resposta bem dada de um padre consciente!

Espalhe que esta é boa....

Esse Frade falou em nome de todos os cristãos.



Sobre a decisão de retirarem a Cruz dos lugares públicos, temos a resposta muito bem elaborada de um padre consciente!

Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas...


Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião.

A Cruz deve ser retirada!


Nunca gostei de ver a Cruz em tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são vendidas e compradas.

Não quero ver a Cruz nas Câmaras Legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte.

Não quero ver a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados.

Não quero ver a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas (pobres) morrem sem atendimento.

É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa da desgraça dos pequenos e pobres.


Mas se vamos retirar a Cruz (ou a sua real mensagem) de algumas instituições, pelo fato de elas fazerem o oposto do que o símbolo exige em sua mensagem, precisamos, primeiramente, ser honestos em relação a realidades passadas e presentes e fazer uma profunda varredura em nossas igrejas. Em segundo lugar nós, cristãos-evangélicos – para sermos bem sinceros com a Cruz de Cristo e sua boas novas –, estamos devendo muito a Deus e a Jesus. Pois a razão da Cruz de Cristo – libertação do homem do sistema sacrificalista – foi perdida pela igreja. Pior: tudo que a Cruz se tornou com a morte do Filho de Deus para consumar todos os sacrifícios, rituais, cerimoniais, foi subvertido pela igreja, que fez o retorno dos homens aos sacrifícios, às penitências, indulgências, num claro desprezo a tudo quanto a Cruz de Cristo representou e representa em termos de libertação.


Portanto...



Usar a Cruz de Cristo como amuleto e símbolo de opressão é um dos piores sacrilégios que uma instituição que se diz cristã pode cometer.


Usar a Cruz de Cristo com formato de espada para matar milhares e milhões de vidas foi um dos maiores pecados da igreja.


Usar a Cruz de Cristo para explorar os ricos e oprimir os pobres é ato condenável pelas Escrituras.



Usar a Cruz de Cristo a fim de manter o povo subjugado a práticas sacrificiais que a própria Cruz os libertou é de novo crucificar o Filho de Deus.



Usar a Cruz de Cristo para manter as práticas servis das pessoas, num ato de ver seus pecados perdoados, é vituperar o sacrifício de Jesus.


Usar a Cruz de Cristo como elemento de superstição, levando milhões de pessoas ao engano de pensar que estão protegidas é prática dissimulada contra a fé pública.


Por isso...



Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que só usam a Cruz como instrumento mágico para aumentar a superstição religiosa, subjugando pessoas a se tornarem “pagadores de promessas”, “escadas-da-penha” ou coisa que o valha.



Eu não quero ver a Cruz de Cristo (a sua mensagem) em instituições cristãs que sabem apenas cantar e decantar poeticamente a Cruz, mas não tem nenhum entendimento sobre a sua importância e a sua natureza libertadora.


Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que negam a eficácia do sacrifício do Filho de Deus por todos os seres humanos, pelo fato de não entenderem nada sobre a real mensagem da Cruz.



Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições que insistem em trazer de volta os sacrifícios que foram – todos eles – cravados para sempre no Calvário, fazendo a salvação de Cristo ser algo descartável e sem eficácia.


Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que fazem do pecado e da punição sua moeda de troca a fim de auferirem lucros em cima do povo simples e miserável.


Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que desvirtuaram a real mensagem da Cruz, reduzindo-a a um mercantilismo barato de consumo do sagrado.



Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que renovam a ideia de sacerdócios fechados, lugares sagrados e inacessíveis ao homem comum, pois isso é vituperar o sacrifício de Jesus, o qual nos abriu um novo vivo caminho para Deus sem precisarmos de mediadores humanos.



Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que, como forma de controle, trazem de volta jugos e fardos pesados que o sacrifício de Jesus já destruiu.



Eu não quero ver a Cruz de Cristo em instituições cristãs que levam as pessoas à prática da vida cristã em forma de sacrifício: oram, jejuam, se consagram, vão ao monte, evangelizam, vão à igreja tendo que fazer alguma para Deus a fim de aplacar a sua ira.


Escute...



Não é o que eu faço para Deus que me garante a salvação em Jesus, mas, sim, o que já foi feito por mim na Cruz do Calvário, através de Jesus. Isto porque Ele (Jesus) é o sacrifício que me livra de todos os sacrifícios. As boas obras devem ser feitas por mim não para me salvar, mas porque eu já sou salvo (ponto).


Portanto, eu não oro para ser espiritual; eu oro porque já sou espiritual;

eu não jejuo para ser espiritual; eu jejuo porque já sou espiritual;

eu não leio a Bíblia para ser espiritual, eu leio a Bíblia porque já sou espiritual.

"Pela graça sois salvos; por meio da fé, e isto não vem de vós é dom de Deus, não vem de obras para que ninguém se glorie" (Efésios 2.8).


Rev. Paulo Cesar Lima

quarta-feira, 30 de março de 2011

O EX - VICE PRESIDENTE JOSÉ ALENCAR : O SORRISO CESSOU




Depois de 14 anos de luta contra o câncer, 17 cirúrgias, o ex-vice presidente do Brasil José Alencar Gomes da Silva faleceu.

Nascido em 17 de outubro de 1931 em Muriaé-SP, morreu na cidade de São Paulo, em 29 de março de 2011, algumas horas após ser internado no Hospital Sírio Libanês.

Foi empresário muito bem sucedido no ramo têxtil, não cursou nível superior, gostava da política. Foi senador por Minas Gerais e por duas vezes vice-presidente da República do Brasil, nos dois mandatos de Luis Inácio Lula da Silva.

Bem-humorado, sua marca era a estampa do sorriso no rosto, passava o lado positivo de todas as situações da vida. Até em seu sofrimento costumava dizer que a luta contra a doença o fazia ser uma pessoa melhor, que seria levado por Deus e não pelo câncer. "Estou entregue a quem sempre estive, às mãos de Deus", disse certa vez ao ser indagado sobre as agruras do câncer.

Discreto, nunca declarou que alavancou a candidatura de Lula à presidência. É notório que a figura de Alencar afastou a desconfiança do eleitorado e do empresariado brasileiros, viabilizando a Lula as vitórias nas eleições presidenciais de 2002 e 2006. A revista Época declarou que era um dos 100 brasileiros mais influentes de 2009.
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Neste momento que escrevo, o corpo de Alencar é transladado à Brasília, será velado com honras de chefe de estado no Palácio do Planalto, em cerimônia aberta ao público, depois seguirá para velório em Belo Horizonte-MG, próximo de sua terra natal e lá será sepultado.

segunda-feira, 28 de março de 2011

PR WAGNER TADEU DOS SANTOS É O NOVO PRESIDENTE DA AD EM CURITIBA -PR




Com votação encerrada às 17h, a apuração dos votos teve início imediatamente e finalmente proclamado o Pastor WAGNER TADEU DOS SANTOS GABY, novo Pastor Presidente da Assembléia de Deus em Curitiba - Pr.

Mesmo não havendo ainda uma publicação oficial, os números veiculados pela internet, principalmente no endereço www.twitter.com/ADnoticias, bem como as informações extra-oficiais obtidas por esse blog, o resultado é o seguinte:

Pastor Wagner Gaby - 3814 votos
Pastor Douglas Schefell - 3026 votos
Pastor Hidekazu Takayama - 933 votos
Pastor Gessé Luiz Rosa - 411 votos.
A diferença entre os dois primeiros colocados, é de - 788 votos. Os votos em branco somaram 53, e os votos nulos, 20. No total, 8.257 membros compareceram às urnas.
De acordo com as informações, registramos que foi grande a ausência de membros na eleição, o que culminou com um Índice de abstenção de 75%. Dos quase 33 mil membros, mais de 24 mil preferiram não votar.
Pastor Wagner Tadeu dos Santos Gaby é major capelão do Exército Brasileiro, tendo sido o primeiro capelão pentecostal das Forças Armadas; comentarista de Lições Bíblicas de Escola Dominical da CPAD, escritor, membro da Casa de Letras Emílio Conde e da Academia Evangélica de Letras, e célebre palestrante em Escolas Bíblicas de Obreiros pelo Brasil.
Que o Eterno prospere em tudo a gestão que ora se inicia, sob a presidência do Pr. Wagner Tadeu do Santos Gaby, dando-lhe sabedoria do alto para unir todas as partes envolvidas no processo eleitoral, para o engrandecimento do Reino de Deus. Por outro lado que todos os que votaram e também os que se abstiveram o reconheçam como autoridade dada por Deus paras o pastoreio do rebanho, assim como o foi com o seu antecessor Pr. José Pimentel de Carvalho.
Parabéns ao Pr. Wagner Gabi!

A Deus toda a glória!
Postado por Pr. Carlos Roberto às 11:58 11 comentários Links para esta postagem

domingo, 27 de março de 2011

A ÚLTIMA LIÇÃO BÍBLICA DO 1º TRIMESTRE DE 2011: PAULO TESTIFICA DE CRISTO EM ROMA




PAULO TESTIFICA DE CRISTO EM ROMA. Subsídio para Lição Bíblica - 1º Trimestre/2011
Marcadores: LIÇÕES BÍBLICAS, MINISTÉRIO E LIDERANÇA CRISTÃ

Penso ser interessante para o professor da EBD, num primeiro momento, trazer para o seu aluno um pouco da história de Roma. As informações desta primeira parte deste subsídio foram tiradas da Wikipédia (Roma Antiga. Disponível em http://wikipedia.org. Acesso em 22/03/2011). O uso de um mapa da viagem de Paulo a Roma se torna um recurso didático necessário para essa lição.

ROMA ANTIGA

A Roma Antiga foi uma civilização que se desenvolveu a partir da cidade-Estado de Roma, fundada na península Itálica durante o século VIII a.C. [1]. Durante os seus doze séculos de existência, a civilização romana transitou da monarquia para uma república oligárquica até se tornar um vasto império que dominou a Europa Ocidental e ao redor de todo o mar Mediterrâneo através da conquista e assimilação cultural. No entanto, um rol de fatores sócio-políticos iria agravando o seu declínio, e o império seria dividido em dois. A metade ocidental, onde estavam incluídas a Hispânia, a Gália e a Itália, entrou em colapso definitivo no século V e deu origem a vários reinos independentes; a metade oriental, governada a partir de Constantinopla passou a ser referida como Império Bizantino a partir de 476 d.C., data tradicional da queda de Roma e aproveitada pela historiografia para demarcar o início da Idade Média.

AS PROVÁVEIS ORIGENS DO NOME "ROMA"

A etimologia do nome da cidade é incerta, e são várias as teorias que nos chegam deste a Antiguidade. A menos provável indica-nos que derivaria da palavra grega Ρώμη (Róme), que significa "bravura", "coragem". Mais provável é a ligação com a raiz *rum-, "seios", com possível referência a uma loba (em latim, lupa) que teria adotado os gêmeos Rómulo e Remo que, segundo se pensa, seriam descendentes dos povos de Lavínio. Rómulo mataria o seu irmão e fundaria Roma.

OS PRIMEIROS POVOS

Roma cresceu com a sedentarização dos povos no monte Palatino até outras colinas a oito milhas do mar Tirreno, na margem Sul do rio Tibre. Outra destas colinas, o Quirinal, terá sido, provavelmente, um entreposto para outro povo itálico, os Sabinos. Nesta zona, o Tibre esboça uma curva em forma de "Z" contendo uma ilha que permite a sua travessia. Assim, Roma estava no cruzamento entre o vale do rio e os comerciantes que viajavam de Norte a Sul pelo lado ocidental da península. A data tradicional da fundação (21 de abril de 753 a.C.[2]) foi convencionada bem mais tarde, no final da a República por Públio Terêncio Varrão[1], atribuindo uma duração de 35 anos a cada uma das sete gerações correspondentes aos sete mitológicos reis. Foram, no entanto, descobertas peças arqueológicas que indicam que a área de Roma poderá já ter estado habitada tão cedo quanto 1400 a.C.

O DOMÍNIO ETRUSCO

Após 650 a.C., os etruscos tornaram-se dominantes na península Itálica, expandindo-se para o centro-norte da região. Alguns historiadores modernos consideram que a este movimento estava associado o desejo de dominar Roma e talvez toda a região do Lácio, embora o assunto seja controverso. A tradição romana apenas nos informa que a cidade foi governada por sete reis de 753 a.C. a 509 a.C., iniciando-se com o mítico Rómulo que, juntamente com o seu irmão, Remo, teriam fundado Roma. Sobre os últimos três reis, especialmente Tarquínio Prisco e Tarquínio, o Soberbo, informa-nos ainda que estes seriam de origem etrusca — segundo fontes literárias antigas, Prisco seria filho de um refugiado grego e de uma mãe etrusca — e cujos nomes se referem a Tarquinia.

A REPÚBLICA ROMANA

República Romana é a expressão usada por convenção para definir o Estado romano e suas províncias desde o fim do Reino de Roma em 509 a.C. ao estabelecimento do Império Romano em 27 a.C.

No virar para o século V a.C., Roma uniu-se às cidades latinas como medida defensiva das incursões dos sabinos. Vencedora da batalha do Lago Regillus, em 493 a.C., Roma estabeleceu novamente a supremacia sobre as regiões latinas que perdera com a queda da monarquia. Após séries de lutas, a supremacia veio a consolidar-se em 393 a.C., com a subjugação dos volscos volsci e dos équos aequi. No ano anterior já teriam resolvido a ameaça dos vizinhos veios, conquistando-os. A potência etrusca estava agora confinada exclusivamente à sua própria região, e Roma tornara-se na cidade dominante do Lácio. No entanto, em 387 a.C., Roma seria saqueada pelos gauleses liderados por Breno, que já tinha sido bem-sucedido na invasão da Etrúria. Esta ameaça seria rapidamente resolvida pelo cônsul Marco Fúrio Camilo, que derrotou Breno em Tusculum pouco depois.

Para assegurar a segurança do seu território, Roma empenhou-se na reconstrução dos edifícios e tornou-se ela própria a invasora, ao conquistar a Etrúria e alguns territórios aos gauleses, mais a norte. Em 345 a.C., Roma voltou-se para Sul, a combater outros latinos, na tentativa de assegurar o seu território contra posteriores invasões. Neste quadrante, o seu principal inimigo eram os temidos samnitas que já haviam derrotado as legiões em 321 a.C.. Apesar desses e outros contratempos temporais, os Romanos prosseguiram a sua expansão casual de forma equilibrada. Em 290 a.C., Roma já controlava mais de metade da península Itálica e, durante esse século ainda, os romanos apoderaram-se também das poleis da Magna Grécia mais a sul.
Segundo a lenda, Roma tornou-se numa República em 509 a.C., quando um grupo de aristocratas expulsou Tarquínio, o Soberbo[1]. No entanto, foram necessários vários séculos até Roma assumir a forma monumental com que é popularmente concebida. Durante as Guerras Púnicas, entre Roma e o grande império mediterrânico de Cartago, o estatuto de Roma aumentou mais ainda, já que assumia cada vez mais o papel de uma capital de um império ultramarino pela primeira vez. Iniciada no século II a.C., Roma viveu uma significativa explosão populacional, com os agricultores ancestrais a trocarem as suas terras pela grande cidade, com o advento das quintas operadas por escravos obtidos durante as conquistas, as latifundia.

Em 146 a.C., os Romanos arrasaram as cidades de Cartago e Corinto, anexando o Norte de África e a Grécia ao seu império e transformando Roma na cidade mais importante da parte ocidental do Mediterrâneo. A partir daqui, até ao final da República, os cidadãos iriam empenhar-se numa corrida de prestígio, suportando a construção de monumentos e grandes estruturas públicas. Talvez a mais notável tenha sido o Teatro de Pompeu, erigido pelo general Gneu Pompeu Magno (Pompeu), que era o primeiro teatro de caráter permanente alguma vez construído na cidade. Depois de César regressar vitorioso das conquistas gálicas e subsequente guerra civil com Pompeu, embarcou num programa de reconstrução sem precedentes na história romana. Seria, no entanto, assassinado em 44 a.C. com a maioria dos seus projetos ainda em construção.

O IMPÉRIO ROMANO

No final da República, a cidade de Roma ostentava já a imponência de uma verdadeira capital de um império que dominava a totalidade do Mediterrâneo. Era, na altura, a maior cidade do mundo e provavelmente a mais populosa cidade já construída até o século XIX. Estimativas dos picos populacionais variam entre menos de 500.000 e mais de 3,5 milhões, embora valores mais populares pelos historiadores variem entre 1 milhão e 2 milhões. A grandeza da cidade aumentou com as intervenções de Augusto, que completou os projetos de César e iniciou os seus próprios, como o Fórum de Augusto, e o Ara Pacis ("Altar da Paz"), em celebração do período de paz vivido na altura (Pax Romana), redefinindo também a organização administrativa da cidade em 14 regiões. Os sucessores de Augusto tentaram prosseguir essa linha edificadora deixando as suas próprias contribuições na cidade. O grande incêndio de Roma, durante o reinado de Nero, iria destruir grande parte da cidade mas, por sua vez, iria permitir e impulsionar uma nova vaga do desenvolvimento edificador.

É no contexto deste período que se dá os acontecimentos envolvendo a vida e o ministério do apóstolo Paulo.

A SOCIEDADE ROMANA

Os principais grupos sociais que se construíram em Roma eram os patrícios, os clientes, os plebeus e os escravos.

* Patrícios: eram grandes proprietários de terras, rebanhos e escravos. Desfrutavam de direitos políticos e podiam desempenhar altas funções públicas no exército, na religião, na justiça ou na administração. Eram os cidadãos romanos.

* Clientes: eram homens livres que se associavam aos patrícios, prestando-lhes diversos serviços pessoais em troca de auxílio econômico e proteção social. Constituíam ponto de apoio da dominação política e militar dos patrícios.

* Plebeus: eram homens e mulheres livres que se dedicavam ao comércio, ao artesanato e aos trabalhos agrícolas. Apesar da conotação do nome, havia plebeus ricos.

* Escravos: Representavam uma propriedade, e, assim, o senhor tinha o direito de castigá-los, de vendê-los ou de alugar seus serviços. Muitos escravos também eram eventualmente libertados.

A ORIGEM DA IGREJA EM ROMA

Aos olhos humanos o evangelho não teria a mínima chance em Roma. O seu esplendor, imponência, poder e glória promoviam um certo ar de arrogância, prepotência e altivez. Parecia ser uma fortaleza intransponível em todos os sentidos.

O evangelho não chegou a Roma por intermédio de Paulo. Conforme Becker (2007, p. 468), o cristianismo expandiu-se do oriente para o ocidente. A origem dessa comunidade parece ser anterior a primeira missão de Paulo na Macedônia e na Grécia (At 16: 6-10), pois, em torno de 50 d.C., ele inicia uma amizade em Corinto (At 18:-4) com o casal Priscila e Áquila, provenientes de Roma. A comunidade de Roma seria, dessa forma, a primeira comunidade cristã que se teria notícias em solo europeu. Antes de 50 d.C. só havia cristãos na Palestina, Síria e Ásia Menor. Sendo assim, é provável que Roma tenha entrado em contato com o cristianismo por meio dessas regiões.

Stott (2003, p. 434) afirma que não se sabe como e quando o evangelho chegou a Roma e foi fundada uma igreja ali. Em seu comentário de Atos trabalha a hipótese de que alguns visitantes de Roma em Jerusalém por ocasião do Pentecoste (At 2:10) se converteram, e levaram o evangelho para casa. Seguindo essa hipótese, Pohl (1999, p. 19) escreve:

Na capital do império desenvolveu-se, no século I, o maior centro judaico do mundo antigo. Calcula-se que tivesse dezenas de milhares de membros. Foi possível comprovar a existência de pelo menos treze comunidades sinagogais na cidade. Mantinham um contato intenso com Jerusalém. As pessoas viajavam para lá e para cá como comerciantes, artesãos e, não por último, como peregrinos devotos (cf. At 2.10). Encaixa-se bem nesse quadro que nos cultos sinagogais em Roma aparecessem certo dia também judeus de Jerusalém que se haviam convertidos a Cristo. Confessaram sua fé, dando origem a um movimento cristão muito vivo. Desse modo o cristianismo em Roma originou-se da atuação de crentes para nós anônimos. No que concerne à época, caberá evidenciar em seguida que esses inícios remontam pelo menos já aos anos quarenta, ou seja, uma década inteira antes da primeira viagem missionária de Paulo. Não foi ele o primeiro missionário na Europa; nem foi em Filipos que se constituiu a primeira igreja européia.

A igreja em Roma era uma comunidade mista, constituída de judeus e gentios, onde o segundo grupo parecia prevalecer em número (Rm 1:5, 13; 11:13). Há sinais de conflitos entre os dois grupos, no que tudo indica, gerado por questões teológicas (Rm 14; 16:17-18) que envolvia o cristianismo judaizante e o cristianismo livre da lei (STOTT, 2007, p. 32-33).

O DESEJO DE PAULO DE VISITAR A IGREJA EM ROMA

O desejo de visitar Roma é algo manifesto nos escritos paulinos:

Porque não quero, irmãos, que ignoreis que, muitas vezes, me propus ir ter convosco (no que tenho sido, até agora, impedido), para conseguir igualmente entre vós algum fruto, como também entre os outros gentios. (Rm 1:13)

Essa foi a razão por que também, muitas vezes, me senti impedido de visitar-vos. Mas, agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões e desejando há muito visitar-vos, penso em fazê-lo quando em viagem para a Espanha, pois espero que, de passagem, estarei convosco e que para lá seja por vós encaminhado, depois de haver primeiro desfrutado um pouco a vossa companhia. Mas, agora, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos. Porque aprouve à Macedônia e à Acaia levantar uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, e mesmo lhes são devedores; porque, se os gentios têm sido participantes dos valores espirituais dos judeus, devem também servi-los com bens materiais. Tendo, pois, concluído isto e havendo-lhes consignado este fruto, passando por vós, irei à Espanha. E bem sei que, ao visitar-vos, irei na plenitude da bênção de Cristo. Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor, para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia, e que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos; a fim de que, ao visitar-vos, pela vontade de Deus, chegue à vossa presença com alegria e possa recrear-me convosco. (Rm 15:22-32)

No texto acima podemos verificar algumas questões:

- O claro interesse de Paulo em visitar a igreja em Roma;

- O plano de Paulo que incluía uma viagem a Espanha, onde de passagem visitaria a igreja em Roma, isso após passar por Jerusalém e deixar lá uma oferta levantada na Macedônia e na Acaia para os pobres dentre os santos;

- A confiança de que chegaria em Roma debaixo da bênção e pela vontade de Deus, para alegremente recrear-se com os irmãos;

- A consciência de que poderia enfrentar dificuldades em Jerusalém entre os "rebeldes", conforme fica claro em Atos 20:22-24:

E, agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações. Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.

O Espírito Santo sempre nos avisa e nos prepara para enfrentarmos as adversidades. Mesmo sabendo que iria sofrer nas mãos de seus adversários (sempre haverá adversários em nossa jornada ministerial e cristã), Paulo não se acovardou, não abriu mão de cumprir o propósito de Deus para a sua vida.

Chegando em Jerusalém, Paulo foi recebido com alegria pelos irmãos (At 21:17-19), que em seguida expressaram uma preocupação pelos boatos espalhados por alguns judeus convertidos (At 21:20-22). Na sequência dos fatos, Lucas (At 21:27-26:32) nos narra toda a oposição, prisão, interrogatórios e a decisão de Paulo em apelar para ser julgado em Roma (At 25:11-12; 26:32).

A esta altura é interessante deixar claro que o desejo de ir a Roma não era um mero capricho de Paulo. Tudo fazia parte de um propósito divino. Durante aqueles momentos difíceis, o Senhor Jesus deixou claro para Paulo que tudo estava sob o seu controle e debaixo da sua vontade:

Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma. (At 23:11)

Jesus disse numa visão que Paulo chegaria em Roma para lá testemunhar. Havia propósito. Você continua tendo visões espirituais e diretivas da parte de Deus? Jesus já disse onde você chegará? Disse onde pregará? Disse onde irá pastorear? Disse onde irá servi-lo? Fique certo que isso acontecerá. Basta apenas que você permaneça na vontade dele. Esse negócio "importa" para ele. Coragem!

A VIAGEM DE PAULO A ROMA

Os detalhes que envolve a viagem de Paulo a Roma estão narrados em Atos 27:1-28:31. Foi uma viagem repleta de imprevistos e perigos.

Entre os acontecimentos neste período destacam-se:

- O vento contrário que enfrentaram nas proximidades de Creta (27:7);

- As "advertências" (gr. parenei, admoestação, recomendação. O verbo no imperfeito indica uma ação que foi contínua) de Paulo (27:9-10) quanto aos perigos da viagem, que foram ignoradas pelo centurião que conduzia o grupo de prisioneiros (27:11). A experiência de Paulo com viagens marítimas de Paulo não foi considerada (2 Co 11.25);

- O tufão (gr. typhonikos), chamado Euroaquilão, termo composto por euros, o vento leste, e aquilo, do latim, o vento "norte" (STOTT, 2003, p. 439; KISTEMAKER, ibidem, p. 569, cf. Atos 27:14-20), que arrastou o navio com violência (v.15), deixando-o à deriva (v. 17). O navio podia estar à deriva, mas a vida e o destino de Paulo estavam na direção certa.

- A visão que Paulo teve durante a noite, em pleno navio, sobre a proteção de Deus naquelas circunstâncias (27:21-26). Diante do desespero e da ansiedade que tomou conta daqueles que estavam no navio, a postura firme e sóbria de Paulo fez a diferença. "Tenham bom ânimo", "não temas", foi a palavra de Paulo, firmada na promessa que lhe foi renovada de que ele chegaria à Roma, e de que nenhum daqueles que com ele se encontrava se perderia (27:24).

- Os milagres em Malta, onde ficou imune ante a picada de uma víbora (28:3-6), e onde orou pela cura do pai de Púbio e pelos enfermos da ilha(28:7-9). E meio às tribulações sofridas pela causa do evangelho ,Deus nos usa e nos honra para a glória dele (28:10).

- A chegada em Siracusa (28:12). A passagem por Régio e a chegada em Putéoli (28:13), um porto na baía de Nápoles, que fica a cerca de 193 km ao sul de Roma, onde de lá se chegava à Roma caminhando cerca de cinco dias. Nos tempos de Paulo, era um porto bem movimentado que vivia do comércio conduzido por Roma com o resto do mundo habitado. Alguns crentes que residiam em Putéoli foram se encontrar com Paulo. A comunidade cristã nessa cidade portuária pode ter surgido simultaneamente com a de Roma, quer seja por parte daqueles que retornaram de Jerusalém depois do Pentecoste por este porto (At 2:10), ou durante a expulsão dos judeus por Cláudio em 49 d.C. Paulo permaneceu a convite dos irmãos por sete dias em Putéoli, para em seguida se dirigir para Roma (KISTEMAKER, ibidem, p. 607-608).

Vento contrário, tufão, naufrágio, víbora, qualquer outro tipo de adversidade, obstáculo, impecilho ou barreira, não podem frustrar os planos de Deus para a nossa vida.

PAULO EM ROMA

Em Roma, após ser entregue ao general de dos exércitos, Paulo foi autorizado a morar sozinho, ficando sob a guarda de um soldado (28:16) e com correntes (28:20). Após três dias de sua chegada, Paulo convocou os principais dos judeus para expor a sua causa e testemunhar de Jesus. A sua fala e testemunho provocou uma grande contenda entre eles, pois alguns creram e outros não (28:17-29). Kistemaker (ibidem, p. 612) relata que:

Com base na informação fornecida pelos historiadores romanos e judeus (Suetônio, Tácito e Josefo), nós podemos estimar que uns 40 mil judeus viviam na cidade imperial na metade do século 1º. Pelas inscrições, sabemos que havia pelo menos dez sinagogas em Roma com líderes influentes. Esses líderes, então, se encontraram com Paulo para ouvirem-no sobre a razão de sua prisão.

Sobre os fatos que levaram Paulo a ser preso os líderes judeus nada sabiam (28:21). Sobre a Igreja (designada por eles de seita), afirmaram que em toda parte se falava contra ela (28:22). Foi dessa forma que a porta se abriu, para que em Paulo se cumprisse o propósito de Jesus.

A melhor estratégia de evangelização é aquela que o Senhor nos dá. Como o Senhor é tremendo! Os primeiros em Roma que ouviram o testemunho sobre Jesus dado por Paulo foram os líderes judeus, onde alguns creram (28:24). Quando líderes religiosos, políticos ou de qualquer outro segmento são alcançados pelo evangelho, ao se converterem acabam influenciando de alguma forma os seus liderados.

Paulo alugou umas casa, onde por dois anos recebia os irmãos que iam vê-lo (28:30). O livro de Atos termina relatando o trabalho de Paulo com o seguinte texto: "pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo" (28:31).

Kistemaker (ibidem, p. 626), faz uma excelente observação ao chamar a prisão domiciliar de Paulo de "Central de Missões", e trabalha com a hipótese de que alguns soldados que vieram a fazer a guarda de Paulo acabaram sendo evangelizados e se convertendo. Dessa forma, continua Kistemaker, estes soldados ao serem transferidos para outras atividades e localidades acabavam se tornando missionários, evangelizando e testemunhando para os seus oficiais, outros soldados, presos e familiares.

Stott (2003, p. 454-455) vai mais além e afirma crer que Paulo compareceu diante de Nero, se cumprindo assim a promessa de Jesus de ele chegar a Roma (23:11), e a segunda promessa de comparecer perante César (27:24), onde proclamou a Cristo fielmente na corte mais prestigiada do mundo, à pessoa mais prestigiada do mundo.

Lucas conclui o livro sem relatar a liberação de Paulo, as demais viagens que realizou, o seu segundo encarceramento, as epístolas escritas na prisão e sua morte. Duas correntes mais fortes, dentre algumas outras, existem sobre o fato:

- A primeira é a de que Paulo foi julgado e inocentado, ou o governo romano abriu mão do processo contra ele (SHERWIN-WHITE, p. 118-119 apud MARSHALL, 1982, p. 396). Stott (ibidem, p. 456-457) segue essa linha, alegando que as cartas pastorais evidenciam isso, e que ele reassumiu suas viagens por mais dois anos, antes de ser preso novamente, julgado, condenado e executado em 64 d.C.

- A segunda é a possibilidade de que Paulo foi julgado e executado a esta altura (final dos dois anos), mas que Lucas não quis registrar o seu martírio, visto que já dera indicações indiretas no decurso da narrativa de Atos 20:23-25; 38; 21:13; 23:11; 27:24 (Ibidem). Marshall considera o destino de Paulo aqui como uma questão secundária, e termina seu comentário com a declaração de que: "nada que os homens são capazes de fazer é suficiente para impedir o progresso e vitória final do evangelho". BOOR (ibidem, p. 370) diz que o destino de Paulo, diante do cumprimento das promessas e da pregação e testemunho do evangelho em Roma "não tem importância".

CONCLUSÃO

Neste caminhar ao destino que o Senhor estabeleceu para nós, nem sempre a forma e as circunstâncias são as que idealizamos ou planejamos. Pensamos de um jeito e Deus faz de outro. O jeito que Ele faz é sempre o melhor, mesmo que a princípio fiquemos confusos e até com dúvidas, mesmo que implique em grande sofrimento e tribulação para nós.

Não nos preocupemos como vamos chegar. Apenas confiemos e esperemos Nele.

Chegaremos e realizaremos a Sua vontade e propósito!

Coragem!

Ânimo!

REFERÊNCIAS

Bíblia de Estudo Almeida. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.

BECKER, J. Apóstolo Paulo: vida, obra e teologia. São Paulo: Academia Cristã, 2007.

BOOR, Weiner de. Atos dos Apóstolos. Curitiba-PR: Esperança, 2003.

KISTEMAKER, Simon. Atos. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. v.1

MARSHALL, I. Howard. Atos: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.

Novo Testamento interlinear grego-português. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2004.

POHL, Adolf. Carta aos romanos. Curitiba-PR: Esperança, 1999.

REGA, Lourenço Stelio; BERGMANN, Johannes. Noções do grego bíblico: gramática fundamental. São Paulo: Vida Nova, 2004.

Roma Antiga. Disponível em http://wikipedia.org. Acesso em 22/03/2011

STOTT, John R. W. A mensagem de Atos: Até os confins da terra. São Paulo: ABU, 2003.

___. A mensagem de Romanos. São Paulo: ABU, 2007.

WILLIAMS, David J. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Atos. São Paulo: Vida, 1996.

Terminamos mais um trimestre.

sexta-feira, 25 de março de 2011

4 MARCAS DE UM HOMEM DE DEUS




4 MARCAS DE UM HOMEM DE DEUS.
TEXTO-BÁSICO: 1 TIMÒTEO 6. 11-16

SEXTA-FEIRA 25 DE MARÇO DE 2011 CULTO DE TREINAMENTO CONGº VALE DA BENÇÃO.

O que é um homem de Deus? Como podemos conhecê-lo? Quais são as suas marcas?

Em primeiro lugar, o homem de Deus não é conhecido por realizar milagres extraordinários. Jesus advertiu claramente que muitos naquele dirão: “Senhor, não temos profetizado em teu nome, no teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres”? Então, Jesus dirá: Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade (Mt 7.22,23). O que dizer de João, o Batista que não fez nenhum milagre, mas tudo o que ele disse era verdade (Jo 10.41). Será que tudo que falamos é a verdade?

Em segundo lugar, o homem de Deus não é conhecido pela sua erudição. Muitos pensam que, por terem uma excelente oratória capaz de arrebatar as multidões, faz dele um homem de Deus. Lembre-se que o Anticristo será um orador inigualável.

Em terceiro lugar, o homem de Deus não é conhecido pela sua riqueza, fama e prestígio. Não, não. Paremos com esta falácia! O homem de Deus não é conhecido pelo seu carro importado, por seu anel de ouro, por sua magnífica casa. É tempo de discernimento. Pergunto aos nobres leitores: O que Jesus deixou ao partir deste mundo? O que Paulo deixou quando decapitado por Nero? Deixaram casas, riquezas, bens? Oh não senhores. Pelo contrário morreram pobres! Todavia até hoje falamos em seus nomes. Jesus, o Rei dos Reis, nosso Senhor e Salvador. Paulo nos legou 13 cartas que hoje são lidas, estudadas em todos os cantos do mundo.

O apóstolo Paulo, em sua primeira carta a Timóteo 6.11-16 nos mostra quatro marcas de um homem de Deus. O homem de Deus é conhecido por aquilo de que ele foge, segue, combate e guarda. Vamos dissecar estes quatro verbos.

1) O homem de Deus é conhecido por aquilo de que ele foge (I Tm 6.11)
Paulo diz: “Mas tu, ó homem de Deus, foge dessas coisas….”. De que coisas um homem de Deus deve fugir? Deve fugir da fama, das calúnias, das contendas e brigas que não levam a nada, da aparência do mal, das suspeitas maliciosas e, sobretudo, da ganância, ou seja, do amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males (I Tm 6.3-10). Quantos homens de Deus que profissionalizaram seu ministério? Começaram bem e, infelizmente estão terminado mal. Um homem de Deus não é apegado às coisas materiais. Ele não ama o dinheiro, mas o Senhor. Ele busca uma vida santa e sabe que a piedade, com contentamento, é grande fonte de lucro. Muitos homens e mulheres são escravos de Mamon. Prostram-se diante desse ídolo e naufragam no ministério. Alguém já disse: “Aquele que serve a Deus por dinheiro, servirá ao Diabo por salário melhor”.

2) O homem de Deus é conhecido por aquilo que ele segue (I Tm 6.11)
O apóstolo continua: “…. segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância e a mansidão”. Um homem de Deus foge do pecado e segue a virtude. Sabe qual foi a pressa de José? Não foi ver seus sonhos realizados. Não. Foi fugir da mulher de Potifar! Ele foge da injustiça, mas busca o que é justo mais que o ouro e a prata. Ele foge da vida promíscua e impura e segue a piedade. Seu prazer não está no dinheiro, mas em Deus. Ele foge da incredulidade e segue a fé. Deleita-se na Palavra. Ele foge do estilo de vida inconstante daqueles que correm atrás do vento e segue a constância. Foge do destempero emocional e segue a mansidão.

3) O homem de Deus é conhecido por aquilo que ele combate (I Tm 6.12)
O apóstolo ainda escreve: “combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna”. O que estamos combatendo? Alguns ministros estão se digladiando e tentando derrubar o próximo. Vejam estas reuniões de obreiros. É um querendo “puxar o tapete” do outro. A quem estamos combatendo? Será que nunca lemos, que a nossa guerra não é contra carne e sangue? (Ef 6.12). Por que
tanta disputa por cargos e mais cargos que não levam a nada? Onde está a urgência da evangelização? Por que não combatemos as mais diversas heresias que percorrem em nossas igrejas?
O ministério não é uma colônia de férias, é um campo de batalhas. Neste combate não há soldado na reserva. Todos devem combater! Timóteo deveria entender que o ministério cristão é uma luta sem trégua e sem pausa contra o erro e em prol da verdade. Ele deveria, como soldado de Cristo, engajar-se no combate certo, com a motivação certa. Há muitos obreiros que entram na luta errada, com as armas erradas e com a motivação errada. Timóteo não deveria brigar por causa de dinheiro, mas combater em defesa da fé verdadeira. Essa deve ser a nossa luta. O avanço do reino de Deus.

4) O homem de Deus é conhecido por aquilo que ele guarda (I Tm 6.14)
Finalmente, Paulo diz: “sem mácula e irrepreensível, guarda este mandamento até a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. Muitos obreiros haviam se desviado no caminho, como Demas. Outros haviam se intoxicado pelo orgulho, como Diótrefes. Outros haviam sido seduzidos pelos falsos mestres. Outros se corromperam com a ganância pelo dinheiro. Todavia, o homem de Deus deve guardar o mandamento, a Palavra de Deus, vivendo de maneira irrepreensível até a volta do Senhor Jesus.

Um homem de Deus não negocia a verdade nem transige com seus absolutos. Um homem de Deus não se rende a tentação do lucro em nome da fé nem abastece seu coração com as ilusões de doutrinas estranhas às Escrituras. Um homem de Deus ama a Palavra, guarda a Palavra, vive a Palavra e prega a Palavra. Que o Deus Eterno levante homens de Deus com essas características; dispostos a fugir do pecado, a seguir a justiça, a combater o bom combate e a guardar a Palavra, vivendo uma vida exemplar e digna de ser imitada. Deus nos conceda essa graça. Amém!


DIÁC JANAILSON SALES ARAÚJO

SE DEUS QUISER MINISTRAREI ESTE TEMA NA CONGº VALE DA BENÇÃO

CULTO DE TREINAMENTO .

terça-feira, 22 de março de 2011

CARTA DE UM PASTOR BRASILEIRO AO PRESIDENTE BARACK OBAMA





Caro Barack,

Parabéns pelo sucesso de sua visita ao meu País, o Brasil. Ficamos todos orgulhosos pela maneira respeitosa com que você referiu-se à nossa nação. Não como um País do futuro, mas um País para o qual o futuro já chegou. Não mais como uma república de bananas, como fizeram alguns de seus antecessores, mas como uma potência econômica. Um deles foi capaz de confundir nosso País com a Bolívia em seu discurso.

Confesso que gostaria muito de tê-lo assistido pessoalmente, inclusive em sua visita à Cidade de Deus, bairro próximo à minha casa em Jacarepaguá. Porém, por estar residindo atualmente nos Estados Unidos, fiquei impossibilitado disso. Mas torci muito para que você experimentasse um pouco do calor humano de nosso povo tão sofrido e cheio de esperança. Pelo jeito, você causou tão boa impressão nos moradores daquela comunidade, que não duvido que alguém sugira que ela deixe de ser chamada “Cidade de Deus”, para se chamar “Obama”.

Embora nosso povo já não nutra tanto respeito e admiração pela nação americana, consegue enxergar em você um ícone da esperança, uma espécie de ‘embaixador do futuro’.

Moro na Flórida, onde você não desfruta de muita popularidade, e tenho ouvido severas críticas ao seu governo, principalmente por parte dos mais conservadores. Alguns se referem a você como se fosse o Anticristo. Apesar disso, minha admiração por você não diminuiu. Fui um dos que se emocionaram com o discurso feito em Chicago após a declaração de sua vitória em 2008. Mas devo confessar minha frustração com o seu governo no que tange à política externa e ao tratamento dos imigrantes.

Como conciliar a figura do Obama, ganhador do prêmio Nobel da Paz, com o Comandante-em-chefe da maior potência bélica do planeta, sabendo que enquanto você acenava para o nosso povo no Rio, exibindo um farto sorriso no rosto, caças americanos atacavam a Líbia, sob suas ordens diretas, com o pretexto de intervir numa crise que não é da conta dos EUA? Lembrei-me de uma cena do filme “O Poderoso Chefão”, em que alguém era assassinado a mando de um mafioso, enquanto ele assistia a uma ópera, num lugar muito parecido com nosso Teatro Municipal no Rio. Não lhe incomoda saber que centenas, talvez milhares de civis morrerão nesses ataques? Que outro interesse haveria por parte das nações mais ricas do mundo na Líbia, senão em seu petróleo?

E quanto a Cuba? Quando terminará aquele vergonhoso embargo econômico? Por que perpetuá-lo? E aquele muro na fronteira com o México? Não seria isso uma reedição de um passado que gostaríamos de esquecer? Por que trazer para as Américas o que tanta dor trouxe a Europa, e particularmente a Alemanha?

Sou testemunha do sofrimento dos imigrantes em sua terra. Imaginava que, por ser filho de imigrantes (há quem diga que você também o é, pois nunca fora comprovada sua cidadania americana através da apresentação de sua certidão de nascimento), os milhões de imigrantes que ajudam a fazer deste País o mais próspero do Mundo, seriam vistos com mais compaixão (não sei se esta seria a melhor palavra…), ou pelo menos com mais respeito. Não é isso que temos visto aqui. Muitos são tratados como animais, presos, humilhados e deportados sem qualquer piedade.

A gente sabe que nesse mundo pós-moderno, imagem é tudo, ou pelo menos, quase tudo. Seu discurso no Municipal foi digno de ser aplaudido em pé. Eu mesmo o teria aplaudido se lá estivesse. Ter citado o Jorge Benjor, ensaiado algumas frases em português, comentado sobre o jogo entre Vasco e Botafogo, foram, sem dúvida, tiradas de mestre. Mas cancelar sua ida ao Corcovado pra não ser visto em frente a um símbolo cristão da magnitude do Cristo Redentor, causando constragimento às nações islâmicas, a meu ver, teria sido uma bola fora. Pelo menos, foi o que ouvi da boca de uma comentarista no telejornal da GloboNews. Aquela estátua que retrata o Cristo de braços abertos é símbolo da receptividade do nosso povo, e receber visita de milhares de turistas, de todas as religiões, inclusive muçulmanos. Que bom que suas filhas o convenceram de visitar o Corcovado, mesmo que fosse de noite. Se houvesse ido durante o dia, teria presenciado uma das mais belas vistas do Mundo.

Imagino que não deve ser nada fácil lidar com tantos interesses antagônicos. Pressões por todos os lados. Lobistas. Opinião pública. Conservadores. Progressitas. Ufa! Geralmente, os presidentes americanos envelhecem em quatro anos o equivalente a pelo menos uma década. Me explica como você se mantém jovial já na reta final de seu governo?

Talvez você jamais tenha acesso a esta carta, mas peço a Deus, juntamente com meus leitores, que lhe dê sabedoria, discernimento, e não apenas carisma, para conduzir a América, e por conseguinte, o Mundo, a um tempo de estabilidade, prosperidade, harmonia e amor. Mesmo tendo pouco tempo pela frente como mandatário deste País, ouse fazer a diferença, vencer os interesses, e propor ao Mundo uma agenda pautada no amor e respeito entre os povos. Que você entre pra história, não só por ter sido o primeiro presidente negro dos EUA, mas por ter deflagrado um processo de transformação social sem antecedentes na história mundial. Sonho? Talvez. Mas aprendi de Alguém que nada é impossível para aquele que crê. Yes, you can!

sexta-feira, 18 de março de 2011

SUBSÍDIO PARA LIÇÕES BÍBLICAS Nº 12 : AS VIAGENS MISSIONÁRIA DE PAULO




Nesta 12ª Lição, que trata sobre as viagens missionárias de Paulo, devido a grandeza e extensão das mesmas (precisaríamos de um trimestre inteiro para estudá-las com maior profundidade e detalhes), me deterei em extrair lições práticas de alguns eventos.

COMISSIONADOS PELO ESPÍRITO SANTO
"Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. " (Atos 13.1-4)

A chamada de Paulo e Barnabé para a obra missionária é um grande referencial para nós na atualidade. Observemos alguns princípios:

- E, servindo eles ao Senhor e jejuando

Paulo e Barnabé já estavam envolvidos com várias atividades na igreja, antes de serem comissionados para a obra missionária. Já testemunhei a "chamada" de pessoas para obra que não estavam envolvidos com nenhuma atividade na greja local, além de estarem acomodados em relação aos estudos e trabalho secular.

Há muitos na igreja querendo trabalhar em tempo integral apenas visando segurança e estabilidade financeira. Os homens e as mulheres de Deus que ao longo da Bíblia e da história foram chamados para grandes obras, estavam envolvidos com atividades diversas na igreja ou fora dela (Êx 3:1-10; Jz 6.:1-14; 1 Sm 16.1-13; Mt 4.:8-22, e etc). Deus chama trabalhadores para a sua obra, e não preguiçosos e acomodados.

Eles jejuavam com regularidade. Paulo e Barnabé eram mestres, que juntamente com os demais líderes e obreiros da igreja em Antioquia entendiam a importância espiritual do jejum. Oração e jejum são práticas necessárias para o equilíbrio entre intelectualidade e espiritualidade, saber e poder espiritual (Mt 6:16, 17:21, etc) .

- Disse o Espírito Santo

Nos dias atuais o Espírito Santo deixou de ser ouvido em muitas separações de obreiros e de líderes, para as mais diversas atividades na igreja. Quem "diz" agora, em muitos casos, não é mais o Espírito, mas as circunstâncias ou os interesses pessoais. A voz do Espírito está sendo sufocada, negligenciada e calada. A razão? Muitos dos que hoje são diáconos, presbíteros, evangelistas, pastores ou que exercem outras funções ou ministérios na igreja, nunca foram chamados e comissionados pelo Espírito, pois são escolhas de homens, feitas pelas mais diversas razões e interesses. Quem não é chamado pelo Espírito não servirá, não produzirá e não realizará a obra que apenas os vocacionados e capacitados por Ele podem realizar (Lc 4:18; At 10:38; 20:28, etc).

- Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado

No grego, a expressão "separai-me" (aforisate de moi), literalmente "separai par mim", nos revela que a separação para a obra missionária, ou para qualquer outro ministério e serviço é uma separação "para" o Espírito, ou seja, o separado está agora sob o cuidado, orientação e à inteira e plena disposição do Espírito (At 16:6-10; 20:22-24 e etc). Como é bom quando temos a convicção de que foi o Espírito quem nos enviou ou nos comissionou para realizarmos a sua obra(At 13:4).

PAULO E BARNABÉ NÃO BUSCAM E NEM ACEITAM A GLÓRIA HUMANA

"Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado, disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e andava. Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós. A Barnabé chamavam Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, porque era este o principal portador da palavra. O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões. Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando: Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles; o qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria. Dizendo isto, foi ainda com dificuldade que impediram as multidões de lhes oferecerem sacrifícios." (At 14.8-18)

Assim como nos dias de Paulo, multidões diariamente desejam "sacrificar" aos pregadores da atualidade. A mentalidade idólatra é a mesma. O pior é que muitos aceitam e promovem o sacrifício a si mesmos. Em vez de impedir as multidões, incentivam as mesmas. Quanto mais idolatrados, mas gostam, mas querem, mais desejam.
Em plena sociedade do espetáculo, influenciados por uma cultura narcísica, muitos pregadores buscam ansiosamente pela glória do púlpito, pela fama, pela glória humana.
Os referenciais bíblicos são mais uma vez necessários, para que toda uma geração de novos pregadores possa retornar à palavra, tendo-a como modelo e referência para o ministério da pregação.
Observemos também o exemplo de Pedro:
"No dia imediato, entrou em Cesaréia. Cornélio estava esperando por eles, tendo reunido seus parentes e amigos íntimos. Aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu Cornélio ao encontro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem." (At 10.24-26)

Pedro, o primeiro a pregar após o derramar do Espírito em Pentecostes, com um ministério marcado por curas e libertações, ao ser recebido pelo centurião Cornélio, foi adorado pelo mesmo, mas não alimentou tal atitude, pelo contrário, ordenou que se levantasse, pois era homem tanto quanto ele, falho imperfeito e limitado. Pedro entendia que era a graça de Jesus que operava por sua vida. Hoje, ao contrário de Pedro e Paulo, muitos pregadores buscam adoradores para si mesmos.
Que os pregadores, missionários, pastores e demais líderes da atualidade possam aprender com os grandes exemplos de Pedro e Paulo.

A RUPTURA COM BARNABÉ

"Decorridos alguns dias, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar os irmãos por todas as cidades em que temos anunciado a palavra do Senhor, para ver como vão. Ora, Barnabé queria que levassem também a João, chamado Marcos. Mas a Paulo não parecia razoável que tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os tinha acompanhado no trabalho. E houve entre eles tal desavença que se separaram um do outro, e Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor. E passou pela Síria e Cilícia, fortalecendo as igrejas." (Atos 15. 36-41)

Isso mesmo, Paulo e Barnabé se desentenderam e se separaram. Até homens de Deus se desentendem e se separam. Cada um seguiu o seu caminho. Qual dos dois foi o rebelde? Qual dos dois deixou de ser abençoado por Deus em razão da "divisão"? Qual dos dois era o menos espiritual?

Estou aqui fazendo apologia a qualquer tipo de desentendimento ou divisão? Deus me guarde disso! Sei que há na igreja milhares de divisões promovidas e mantidas por Satanás e seus demônios. Há ainda outras divisões, resultado do desejo cego de alguns homens pelo poder ou para tirar alguma vantagem pessoal da situação.

Há também divisões causadas e mantidas por uma vida de baixa moral e de péssimo testemunho por parte daqueles que fazem o "ministério" ou a "liderança". Há muitas igrejas que surgiram da ganância, da opressão e da arrogância de líderes inchados, sectários, pretensiosos, vaidosos e pedantes, que não respeitam o próximo, não sabem conviver com diferenças de opiniões, que não conversam e discutem, que tentam impor a força os seus caprichos ou pontos de vistas. A postura desses líderes, não apenas gera divisão, mas fomenta, alimenta e perpetua as já existentes.

A Bíblia nos recomenda: "se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens;" (Rm 12.18)

EM DIREÇÃO À...

Um outro fato notório nos dias atuais é a abertura de alguns trabalhos, por certos líderes que afirmam estar na direção do Espírito. É vergonhoso o qua acontece no Brasil, quando igrejas são abertas com o claro interesse de se ganhar dinheiro ou por mera competição. Todos os dias, inclusive noticiado em plena televisão, os "donos" de algumas igrejas anunciam que estão abrindo novos trabalhos para "abençoar o povo de Deus" e "ganhar almas para Jesus".

Minha pergunta é bem direta: Por qual razão tais ministérios e líderes só abrem trabalhos nas principais cidades do país, nos melhores bairros e avenidas? Por quais motivos não abrem os trabalhos nas regiões economicamente carentes, geograficamente distantes e missionariamente esquecidas? A resposta é que buscam visibilidade. Estão a procura de grandes e lucrativos "negócios". Isso mesmo, igreja, para muitos já virou negócio faz tempo e são abertas como se abre uma loja ou um comércio qualquer. Tudo é pensado "estrategicamente". A visão não é a do Espírito, é a empresarial. É bem provável que você já tenha sido convidado para congregar ou contribuir financeiramente na qualidade de "sócio" de um destes ministérios e líderes.

Antigamente, nas Assembleias de Deus no Brasil, o trabalho se iniciava em localidades onde não havia ainda igrejas ou crentes, geralmente na casa de algum irmão. Hoje, nas Assembleias de Deus, o trabalho é aberto em lugares onde já há muitos crentes, onde já existe uma igreja estabelecida, bem organizada e atuante. Uma Assembleia de Deus é aberta ao lado ou bem próximo de outra.

Grandes templos são construídos, por pura vaidade, competição ou para dar "o troco". Os templos monumentais voltaram a ser símbolos do poder de quem os constrói, monumentos erguidos à memória de seus edificadores:

"Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra." (Gn 11.4)

"Ora, Absalão, quando ainda vivia, levantara para si uma coluna, que está no vale do Rei, porque dizia: Filho nenhum tenho para conservar a memória do meu nome; e deu o seu próprio nome à coluna; pelo que até hoje se chama o Monumento de Absalão." (2 Sm 18.18)

"falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?" (Dn 4.30)

Precisamos de grandes espaços? Em alguns casos sim. Quanto isso acontecer, a construção não deve abusar do luxo.

Enquanto por aqui (nos grandes centros urbanos) dinheiro, energia e tempo são jogados no lixo pelo orgulho e vaidade humana, milhões no mundo não foram ainda alcançados pela obra missionária. Não ouviram a mensagem do Evangelho.

Que a direção do Espírito seja retomada por todos nós e urgentemente.

Que os princípios bíblicos voltem a orientar o nosso modelo de fazer missões.

Que o exemplo de abnegação, coragem, fé e poder de Paulo e Barnabé estejam presentes na vida de cada missionário.

EXTRAÍDO DO BLOG PR ALTAIR

GERMANO

quinta-feira, 17 de março de 2011

AS 4 DÉCADAS DE VIDA DO APOLOGETA CIRO SANHES ZIBORDI


Agradeço ao Senhor pelas quatro décadas que Ele já me concedeu. Na primeira, eu aprendi a falar, a andar, a usar todos os sentidos, brinquei muito, apanhei bastante, ingressei na escola, aprendi a ler, a escrever, a “colar”, sonhava em ser jogador de futebol...

A segunda década da minha vida também foi bastante especial. Muitas coisas aconteceram. Entre a pré-adolescência e a adolescência, “fiquei” algumas vezes — se bem que, naquela época, esse perigoso e irresponsável passatempo entre menino e menina ainda não possuía tal designação —, repeti de ano... Mas, ainda na segunda década, ocorreu um grande acontecimento. Aos 15 anos, conheci o Senhor Jesus, e o Evangelho nasceu em mim. A partir daí, tudo se fez novo! Comecei a trabalhar como office-boy, passei a dedicar-me mais aos estudos na área de informática... Aos 18, comecei a pregar... Aos 19, conheci Luciana, a mulher da minha vida, com quem casaria, na década seguinte.

Na terceira década, muitas coisas boas ocorreram! Casei aos 21 anos. Fui separado ao diaconato e ao presbitério aos 22. Iniciei minha carreira como articulista e comentador de lições bíblicas de Escola Dominical, aos 23 e aos 27, respectivamente. Ainda aos 27, fui consagrado ao santo ministério. Cresci muito profissionalmente, tornando-me analista de sistemas/programador. Que década!

A quarta década também foi muito especial. Nos primeiros sete anos, trabalhei na CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus), como gerente de informática e editor de obras nacionais, onde fui muito feliz. Aos 33 anos, comecei a carreira como escritor de livros. E chego aos 41 com 8 obras publicadas (uma por ano, em média), para a glória de Deus!

Entretanto, o maior acontecimento da minha quarta década (31 a 40 anos) foi o nascimento de Júlia, em 9 de fevereiro de 2004, a qual só veio para casa no dia do meu aniversário! Por isso, ontem — como sempre fazemos em 16 de março —, fomos comemorar no maravilhoso restaurante Verdana Grill (propaganda gratuita), em Niterói-RJ.

Que Deus abençoe a todos! E o Blog do Ciro continua, para a glória de Deus.

Ciro Sanches Zibordi, rumo ao centenário — da Assembleia de Deus, é evidente, pois ainda estou longe de completar cem anos...

quarta-feira, 16 de março de 2011

HOJE 16 DE MARÇO 2011: 41 ANOS DO PR CIRO SANHES ZIBORDI, PARABÉNS APOLOGETA





Sou cristão. Mas não sou fanático religioso
Sou católico. Mas não sou romano.
Sou apostólico. Mas não sou adepto das “apostolices” do nosso tempo.
Sou evangélico. Mas não sou gospel.
Sou protestante. Mas não sou ignorante.
Sou pentecostal. Mas não sou místico.

Sou pastor evangélico. Mas não sou superior a ninguém.
Sou pastor pentecostal. Mas não sou inimigo dos pastores (e reverendos) cessacionistas.
Sou pastor evangélico e pentecostal. Mas não sou experiencialista ou espalhafatoso, tampouco admirador de “moveres” exóticos e aberrantes, extravagâncias ou modismos pseudopentecostais.

Sou da Assembleia de Deus. Mas não sou denominaciólatra.
Sou assembleiano. Mas não sou legalista ou proponente de um evangelho farisaico.
Sou assembleiano e membro da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus). Mas não sou politiqueiro, briguento, irascível e interesseiro.

Sou ministro do Evangelho e portador de uma chamada de Deus que envolve itinerância. Mas não sou “itinerante”, mercenário, tampouco animador de auditórios.
Sou pregador e ensinador relativamente viajado, por bondade do Senhor. Mas não sou conferencista internacional (como Billy Graham e David Wilkerson, por exemplo). Entretanto, não me incomodo quando me dão esse título para lá de pomposo.
Sou escritor e palestrante que não cobra cachê nem faz exigências. Mas não sou do tipo que gosta de ser maltratado.

Sou muito requisitado pela Internet para responder perguntas. Mas não sou portador de todas as respostas.
Sou um tanto web-famoso (por graça de Deus), reconheço. Mas não sou adepto de fã-clube gospel.
Sou crítico e polêmico (às vezes). Mas não sou promotor de web-linchamentos.

Sou inimigo figadal da Teologia da Prosperidade. Mas não sou admirador da Teologia da Miséria.
Sou grande apreciador da Soteriologia (Doutrina da Salvação). Mas não sou calvinista ou arminiano.
Sou heterossexual e contrário ao homossexualismo. Mas não sou homofóbico.

Sou brasileiro e paulista. Mas não sou antiamericano e bairrista.
Sou paulistano (nascido na capital de São Paulo). Mas não sou sãopaulino — afinal, como eu sempre digo, os justos florescem como Palmeiras!
Bem, a minha lista de sou-mas-não-sou é muito longa... Vou parar por aqui. Ah, sim, também sou atencioso com os meus amigos, leitores e seguidores (neste blog, no Twitter, no Facebook, no Orkut, no MSN, no Skype, etc.). Mas não sou onipresente ou onicompetente.

Ciro Sanches Zibordi

segunda-feira, 14 de março de 2011

UM CÂNCER CHAMADO TEOLOGIA DA PROSPERIDADE




1. Este CÂNCER denominado “Teologia da prosperidade” tem corroído muitas mentes e infartado muitos corações com o seu engano e suas falaciosas promessas. Onde está a exposição da Palavra? Alguém já disse: “Onde a BÍBLIA não tem VOZ não devemos ter OUVIDOS”

2 . As pessoas estão com fome. Mas não fome de Deus. Estão com sede. Mas não sede de conhecer ao Eterno e andar nos seus caminhos. Estão com sede de bens e riquezas materiais! Estão buscando saúde e prosperidade, e não santidade. Do ponto de vista interno, o evangelho tem sido diluído numa filosofia de vida egoísta, consumista e interesseira. É a geração que busca mais sinais e menos cruz; mais a teologia da prosperidade do que a prosperidade da teologia; mais divertimento, menos compromisso; mais bençãos e menos o ABENÇOADOR.

3. Muitos pregadores não falam mais da CRUZ DE CRISTO. Falam de vitórias, autoajuda, mas o que precisamos é da ajuda do alto! Já dizia o Dr. John Stott: “A cruz é a pedra de tropeço para o orgulho humano”. Não falam porque não amam a CRUZ. Não morreram ainda para este mundo!

4. Em muitas igrejas o homem é o centro. Deus é apenas um mero visitante. Estamos como a igreja de Laodicéia: Rico sou, temos tudo! Pura mentira. Falsa ideologia. Por que? Porque o Eterno estava do lado de FORA da IGREJA! Que terrível! Muitas igrejas com essa sindrome de prosperidade se assemelham a esta igreja [Laodicéia], dizendo: Somos ricos, somos famosos, temos carros importados, jatinhos, mansões. Mas estas colocaram JESUS para o lado de FORA! Óh my God! Quanta cegueira. Quanta carnalidade. Quanta pecaminosidade! Estas igrejas irão escutar aquele que é o Amém, a testemunha fiel e verdadeira dizer:

“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!” “Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de VOMITAR-TE da minha boca;
“pois dizes: Estou RICO e abastado e não preciso de COISA alguma, e nem sabes que tu és INFELIZ, sim, MISERÁVEL, POBRE, CEGO e NÚ. Ap 3.15-17
Estas são palavras de JESUS. Será que ELE tem autoridade para falar? COM CERTEZA SIM! Ele conquistou na cruz. Aleluia!

E agora o que faremos: “Diremos como muitos, duro é este discurso, ou nos lançaremos a seus pés [em arrependimento], para ELE nos tomar em seus braços?
Nele, que nos ama a ponto de nos livrar dos enganos, e da perdição eterna
Concluo este singelo texto com uma pérola:

“Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada” (E. Burke)

Com temor e tremor, Pr Marcelo

domingo, 13 de março de 2011

OS FALSOS EVANGELHOS DA ATUALIDADE: A REALIDADE DA IGREJA BRASILEIRA

A REALIDADE DA IGREJA BRASILEIRA
Falsos Evangelhos da Atualidade
Autor: Pr. Ciro Sanches Zibordi



Leitura bíblica: Rm 1.16; 1 Co 15.1,2

Introdução

Este estudo forma parte da Heresiologia, matéria que se ocupa tanto da análise dos falsos ensinamentos e modismos que vêm “de fora” como dos que surgem “entre nós” (At 20.27-30; 2 Pe 2.1,2; Gl 5.20; 1 Co 11.19), decorrentes da formação de facções — “alguns” (At 15.1,24; 2 Ts 3.11; 1 Tm 1.3,6,19; 4.1; 5.15; 6.10,21; 2 Tm 2.18; Jd vv.22,23).

I. Os Avisos das Escrituras quanto aos Falsificadores

1. O mundo jaz no Maligno, e a Igreja deve firmar-se na verdade, tendo a Palavra de Deus como a única fonte de autoridade confiável, superior a todas as outras fontes extrabíblicas (1 Jo 5.19,20; Jo 8.32,44; 15.3; 17.17; 1 Co 4.6; At 26.22).

2. Há muitos espíritos enganadores no mundo:

a) Falsos deuses (Jo 17.3; Sl 95.3; 2 Co 4.4).
b) Outro Jesus e outro espírito (2 Co 11.4; At 5.32; Jo 14.17).
c) Anjos caídos e demônios (Ap 12.3,4,9; Gl 1.8; 1 Tm 4.1; Ef 6.12).

3. Existem muitos homens que falsificam a Palavra de Deus:
a) Falsos cristos ou anticristos (Mt 24.24a; Mc 13.22a.; 1 Jo 2.18,19; 2 Jo v.7).
b) Falsos cientistas (1 Tm 6.20,21; 2 Co 4.4; Sl 10.4).
c) Pregadores e mestres falsos (2 Tm 4.1-5; 2 Pe 2.1,2; 3.16).
d) Pastores e apóstolos enganadores (2 Co 11.5,13; Ez 34.1-10).
e) Falsos adoradores (Mt 15.7-9; Jo 4.23,24).
f) Falsos irmãos (2 Co 11.15,24-28; Gl 2.3,4; Tg 1.26; Rm 16.17,18).
g) Falsos profetas — gr. pseudoprophetes (Mt 7.15; 24.11,24; Mc 13.22; At 13.6; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1).
h) Falsos milagreiros (Mt 24.24b; Mc 13.22b; 2 Co 11.13-15).

II. O Cristão e o Discernimento


1. Características dos enganadores, conforme Mateus 7.15-23:
a) Parecem-se com ovelhas; mas são lobos devoradores (v. 15; At 20.29; Mt 23.28; Gl 2.6).
b) Seus frutos são maus (vv. 16-20; Mt 3.10; Jd v.12).
c) Dizem-se servos de Deus (vv. 21,22; 1 Co 5.11; 2 Ts 3.6; Ap 2.20,21).
d) Não fazem a vontade do Senhor (v. 21; Jo 7.16,17). Seguem a própria vontade (Ez 13.2; 2 Tm 4.10; Lc 9.23), a do povo (Êx 32.1-4,19,20; Gl 1.10) ou a do Diabo (Jo 8.44); rejeitam a vontade de Deus (Rm 12.2; 1 Jo 2.17).
e) São muitos (v. 22; 2 Co 2.17; 2 Tm 4.3; Mt 24.1-12; Fp 3.18).
f) Usam o nome do Senhor (v. 22; 2 Tm 2.19).
g) Profetizam falsamente (v. 22). Os falsos profetas também são “profetas” (Jr 14.14; 28.5; 1 Rs 13; 22.1-28; Ez 13.1-4); por isso, profetizam!
h) Expulsam demônios à base de exorcismo e fazem muitos “milagres” (v. 22).
i) Deus não os conhece (v. 23) — gr. ginõskõ (cf. Rm 7.15). Ele nunca aprovou, reconheceu ou deu crédito ao trabalho deles. O Senhor só tem relacionamento aprovador com quem o ama e o serve (Gn 18.19; Jo 10.14,27; 1 Co 8.3; Na 1.7; Gl 4.9).
j) Praticam iniquidade (v. 23; 2 Pe 2.20-22). Isso implica rejeição consciente da Palavra de Deus (Mt 13.41; 23.25,28; 24.12).
l) Não entrarão no Reino de Deus (vv. 19,21,22; 2 Pe 2.1; Jo 15.6).


2. Não devemos desprezar as pregações, os ensinamentos, as profecias, bem como os sinais e prodígios (At 17.11a; 2.13; 1 Ts 5.19,20). Entretanto, cabe a nós julgá-los (At 17.11b; 1 Ts 5.21; 1 Co 14.29; 1 Jo 4.1; Hb 13.9).

3. Os critérios bíblicos para esse julgamento:

a) Julgamento segundo a reta justiça (Jo 7.24).
b) Teste pela Palavra de Deus (At 17.11; Hb 5.12-14).
c) Sintonia do Corpo com a Cabeça (Ef 4.14,15; 1 Co 2.16; 1 Jo 2.20,27; Nm 9.15-22).
d) Dom de discernir os espíritos (1 Co 12.10,11; At 13.6-11; 16.1-18).
e) Bom senso (1 Co 14.33; At 9.10,11).
f) Cumprimento da predição, no caso da profecia (Ez 33.33; Dt 18.21,22; Jr 28.9), se bem que apenas isso não é suficiente para autenticá-la (Dt 13.1,2; Jo 14.23a).
g) Vida do pregador, profeta ou milagreiro (2 Tm 2.20,21; Gl 5.22):
Ele tem uma vida de oração e devoção a Deus?
Ele honra a Cristo em tudo, não recebendo glória dos homens?
Ele demonstra amar e seguir a Palavra do Senhor?
Ele ama os pecadores e deseja vê-los salvos?
Ele detesta o mal e ama justiça?
Ele prega contra o pecado, defende o evangelho de Cristo e conduz a igreja à santificação?
Ele repudia a avareza, ou ama sordidamente o dinheiro?

III. O Evangelho Experiencialista e Místico



1. As doutrinas desse evangelho surgem depois de “arrebatamentos ao céu ou ao inferno”, “cair no Espírito” e outras experiências exóticas. Seus propagadores dizem ter “novas unções” (1 Co 1.25; Ap 4; 1 Jo 2.20; Lc 4.18; At 10.38; 2 Co 1.21).

2. Empregam textos isolados para propagarem modismos como “cair no Espírito” e “unção do riso” (Dn 10.7-9; At 9.4-8; Ap 1.17; Gn 2.21; 18.15), mas negligenciam a Palavra de Deus (1 Co 14.20,32,33; Rm 14.17; At 2.1-4,14; 8.15-17; 10.44-48; 19.1-7; Os 14.1; 1 Co 10.12; Ap 2.4,5; Mc 9.17-27; Lc 4.35).

3. Falam muito sobre os “sonhos de Deus”, afirmando que os nossos anseios, aspirações, ambições e pensamentos provêm do Senhor (Pv 16.1,2; Jr 17.9; 2 Sm 7.3-17). Mas Ele nos dirige mediante sonhos de verdade, e não “sonhos” (Gn 37.5,9; Jl 2.28-29; Mt 1.20; 2.12,13,19,22).

4. Afirmam que as frases “buscai as coisas que são de cima” (Cl 3.1) e “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça” (Hb 4.16) denotam que o crente deve subir ao céu, literalmente, a fim de trazer de lá novas revelações!

5. Alguns defensores desse evangelho empirista, dizendo ter acesso à Sala das Escrituras, à Sala dos Projetos e à Sala dos Tempos, têm mandado o povo guardar a Bíblia e “mergulhar de cabeça” nas novas revelações “divinas” (1 Co 15.3,4; Sl 119.89,105; Dt 17.19).

6. Outros enfatizam o antibíblico culto aos anjos, ainda que de forma indireta (Cl 2.18; Hb 1.14; Êx 33.2; Dn 6.22; Lc 1.19; At 12.11; 27.23). As mensagens angelicais são consideradas equivalentes ou superiores à Palavra de Deus (Jo 12.28-30; Gl 1.8; 1 Rs 13.18).


7. Chamam os crentes equilibrados — que crêem no sobrenatural, mas consideram a Bíblia a sua regra de fé e de prática — de fundamentalistas e bibliólatras. Mas as Escrituras devem, sim, controlar todo o nosso viver (Sl 119.9,11; Jo 17.17; 2 Tm 3.16,17).

8. Alguns ungem com azeite carteiras de trabalho, carros, casas, montes e até cidades! Outros enterram latas de azeite em montes para depois usá-lo em suas campanhas de milagres. A unção é aplicada de modo indiscriminado, e não segundo a Bíblia (Tg 5.14,15; Mc 6.13).

9. Os seguidores desse evangelho ignoram o fato de que o Diabo e seus agentes também realizam sinais e prodígios para enganar (Êx 7.11,12; 8.18,19, ARA; 2 Ts 2.9; Ap 13.11-15). Conquanto Deus realize milagres, estes não confirmam a sua presença em nosso meio (Jo 14.12; Mc 16.17,18; Mt 11.11; Jo 10.41,42; 1 Rs 19.8-12; Dt 13.1-4).

IV. O Evangelho Antropocêntrico da Teologia da Prosperidade

1. Os pregadores desse falso evangelho fazem do homem o centro da mensagem, em vez de enfatizarem o nome do Senhor Jesus e a sua obra (1 Co 1.22,23; 2.1,2; Mc 16.17; 2 Co 2.17; At 2.22-36).

2. Afirmam que a vitória da cruz foi uma derrota (1 Co 1.18; Hb 2.14,15; Cl 2.14,15, ARA; Fp 3.18); e que o Cordeiro imaculado e incontaminado (2 Co 5.21; 1 Pe 1.18,19) teria assumido a natureza de Satanás na cruz — que blasfêmia! —, consumando a obra da redenção no inferno (Jo 19.30; 2 Co 5.14-19; Ap 1.18; Ef 4.8-11; 1 Pe 3.18,19).

3. Apresentam Jesus como um mero homem que venceu por meio da fé (Jo 1.1,14; 10.30,33; Hb 1.8; Cl 2.9). A deificação do homem e o rebaixamento de Cristo são ensinados por eles — se bem que de modo subjetivo (Sl 82.6; 2 Pe 1.4-9; Nm 23.19; Sl 138.6; Jo 4.23,24).

4. Ensinam que as palavras humanas têm um poder sobrenatural para abençoar e amaldiçoar — o homem é produto de suas palavras (Tg 3.1-10; 1 Sm 27.1,2; 1 Rs 19.1-8; Gn 21.14-21; 42.36; Jn 4.8-11; Mc 9.17-27; 1 Tm 1.15; 2 Sm 16.5,7,12).

5. Pregam que toda declaração de fé é uma profecia (1 Co 12.11,29; 14.3; 1 Rs 17.1; Tg 5.17; Ez 37.4,7). Qualquer bênção decorre, segundo eles, dessas “confissões positivas” (Gn 12.1-3; Nm 6.23-27; Ef 1.3; Tg 1.17).

6. Fazem da fé o centro da vida cristã, ignorando outras virtudes (1 Co 13.13; Tg 2.17,24,26; Ef 2.8-10; Gl 5.22; 2 Pe 1.5-9). O crente deve — dizem — decretar, determinar, profetizar, exigir, pois é filho, e não servo de Deus (Jo 15.14,15; 13.13-17; Hb 5.8,9; Fp 2.5-11; Rm 1.1; 2 Pe 1.1; Tg 1.1; Jd v.1; Ap 1.1; 22.3).

7. Asseveram que é errado orar assim: “Senhor, se for da tua vontade”; associam tal declaração à falta de fé (1 Jo 5.14; Mt 6.9,10; 26.42; Tg 4.15; At 18.21; 1 Co 4.19; Hb 6.3; 1 Co 16.7).

8. Torcem a Palavra de Deus ao enfatizar que “pedir” (gr. aiteõ), na verdade, significa “exigir” ou “determinar”, pois o termo sugere atitude de um suplicante (Jo 14.13; 15.16; Mt 7.7,8; Dt 10.12; Mq 6.8).

9. Afirmam que orar suplicando e chorando é um comportamento de derrotado (Jr 29.13; 31.9; 33.3; 2 Cr 7.13,14; Ef 6.18; Sl 6.6; 30.5; Jl 2.12,17). Ignoram os textos que abordam provações e tribulações do crente (Jo 16.33; At 14.22; Rm 5-1-5; 8.18; 2 Co 4.16,17; 8.1,2; 1 Pe 2.19-21; 5.8-10).

10. Dizem que o crente nunca fica doente; se ficar, está em pecado ou endemoninhado (2 Co 4.16; Sl 90.10; 1 Pe 1.24,25; 2 Rs 13.14; Jó 1.1; 2.12,13; Jo 11.1-4). Afirmam que a saúde perfeita é um direito do crente (Mt 8.14-17; Fp 2.25-28; 1 Tm 5.23; 2 Tm 4.20).

11. Pregam a necessidade de o crente quebrar maldições hereditárias para ter vitória e obter cura interior (Êx 20.1,2,5; Ez 18.4,17,20; At 17.30). Possuir um nome com significado negativo é o suficiente para ter uma vida sob maldição (2 Co 5.17; Rm 8.1; 2 Co 11.3; Jo 8.32,36; Rm 1.16; Lc 4.18).

12. Superestimam a força de Satanás e dos demônios (Mt 12.29,43-45; Jo 8.49; 1 Co 6.19,20; 1 Sm 16.14; 1 Jo 4.4; Ef 2.1-5; Rm 8.38). Acreditam que tudo o que ocorre é determinado pelo mundo espiritual (Cl 3.9; Gl 5.19-21; Tg 1.14; Ef 2.2,3; Mt 15.19).

13. Ao mesmo tempo, acreditam que podem “amarrar” facilmente os demônios e ordenar que voltem para o inferno. Boa parte de suas “orações” consiste em ofensas ao Inimigo (1 Ts 2.18; Mt 6.5-13; Jr 33.3; Jd v.9; 1 Sm 17.23ss; Ef 4.27; Mt 16.18; Tg 4.7,8; 1 Pe 5.8,9).

14. Apresentam detalhes extrabíblicos minuciosos dos chamados “espíritos territoriais”. Alguns propagadores desse evangelho dialogam com pessoas endemoninhadas para obter “novas revelações” (Ef 6.10,11; 2.2; 2 Co 10.4,5; 1 Ts 3.5; Ap 12.9; 2 Co 11.3).

V. A Teologia da Prosperidade

1. Os propagadores do perigoso evangelho antropocêntrico pregam que ser rico materialmente é uma prerrogativa do crente, associando a pobreza à vida de pecado, dominada pelo Diabo, ou à falta de fé (Tg 2.1-6; At 2.44,45; Rm 15.25,26; Gl 2.10; Hb 11.37,38; Pv 22.2; Is 58.6,7; Dt 15.11).

2. Afirmam que Jesus era rico; segundo eles, nasceu numa estrebaria porque os hotéis em Jerusalém estavam lotados; ao nascer, foi visitado por três reis; tinha um tesoureiro; possuía um grande negócio no ramo da carpintaria (2 Co 8.1,2,9; Lc 2.7; Mt 8.20; Zc 9.9; Is 53.3,9; Mt 27.57-60).

3. Priorizam a contribuição financeira, adotando práticas pelas quais mercadejam a Palavra, enganam o povo e enriquecem (Ml 3.8-10; 1 Co 16.1,2; 2 Co 2.17, ARA; 11.7-9; 2 Pe 2.3,14-17).

4. Só pregam sobre conquista de bênçãos aqui na terra, desviando os crentes de doutrinas fundamentais da Palavra de Deus, como a santificação, a Vinda de Jesus, etc. (Mt 6.19-21; Ef 5.5; 1 Co 15.19; Jo 4.31-35; Jo 6.27; Rm 14.17; Tg 5.1-3; Fp 4.10-13; 1 Tm 6.8-10; Hb 12.14; 2 Pe 3.1-4).

VI. O Evangelho Legalista ou Farisaico

1. Nesse evangelho, os usos e costumes são determinantes para a salvação das pessoas, bem como para a formação de novas doutrinas; a Bíblia é usada a bel-prazer para respaldar ensinamentos extremistas (Cl 2.8; Mt 15.1-9).

2. Os seus propagadores ignoram o fato de que ser conservador, à luz da Bíblia, não significa ser extremista, exagerado, fanático ou desequilibrado (Ec 7.16,17; Pv 4.26,27; 2 Tm 1.13,14; 1 Tm 6.20; Ap 2.25; 3.11).

3. Muitos deles, como os fariseus do passado, são formalistas, regionalistas, ritualistas, nominalistas e endeusam as obras (Mt 16.6; Mc 8.15; At 11.26; At 15.5,10; Mt 23).

4. Confundem costume com doutrina, exigindo dos crentes a prática de uma santificação inatingível, extremada, acima do que a Bíblia apresenta (Tt 2.1; Cl 2.20-23; Mt 23.23,24; Sl 103.14; 1 Jo 5.3).

5. Consideram os usos e costumes a causa, e não o efeito. Não levam em conta que a verdadeira santificação ocorre a partir do espírito — de dentro para fora (1 Ts 5.23; Mt 23.25,26; Hb 4.12).

VII. O Evangelho do Entretenimento

1. Os pregadores desse evangelho não valorizam a Palavra do Senhor, chamando de culto a Deus os shows, ajuntamentos para cantar, gritar, pular, dançar e assobiar. São contextualizadores, liberalistas, modernistas, secularistas e irreverentes (Mc 8.15; Is 29.13; Mt 21.1-13; 2 Sm 24.24; 1 Co 14.26,40)

2. Não têm nenhuma preocupação com a manutenção dos bons costumes; isto é, da boa tradição conservadora; é proibido proibir (2 Ts 2.15; 3.6; 1 Co 15.33; Sl 11.3; Ml 1.8; Tg 2.12; Jz 17.6; 21.25).

3. Líderes de louvor, cantores e músicos que seguem a esse falso evangelho imitam os padrões mundanos, secularizando cada vez mais a liturgia dos cultos (Ec 5.1; Sl 2.11; 5.7; 57.7; Am 5.23).

4. Não existe nenhuma orientação pastoral aos crentes quanto à linguagem, ao traje e ao comportamento (1 Co 6.12; 10.23; 1 Ts 5.22; Tt 2.8; Is 6.1-8; 1 Tm 2.9,10). Vêem a secularização como uma conseqüência inevitável (Lc 17.26-30; Tg 4.4; 1 Jo 5.19; Is 5.20).

5. Afirmam, com orgulho, que estão certos e que as igrejas tradicionais estão ultrapassadas, precisando se contextualizar (Pv 24.21; Jr 6.16; Lm 5.21; Fp 2.14,15; Mt 5.13-16; 1 Jo 5.4). Medem o sucesso apenas pela quantidade de membros (At 6.7; Jz 7; Sl 12.1; Mt 7.13,14; Jo 6.60-69).

Referências

ZIBORDI, Ciro Sanches. Evangelhos que Paulo Jamais Pregaria, CPAD.
ZIBORDI, Ciro Sanches. Erros que os Pregadores Devem Evitar, CPAD.
ZIBORDI, Ciro Sanches. Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar, CPAD.
ZIBORDI, Ciro Sanches. Erros que os Adoradores Devem Evitar, CPAD.
http://cirozibordi.blogspot.com
http://portuguese.christianpost.com/columnist/ciro-sanches-zibordi

Ciro Sanches Zibordi

sábado, 12 de março de 2011

SINAIS DOS TEMPOS. DÁ PARA DUVIDAR ?







Nos últimos anos o nosso Planeta tem experimentado múltiplas catástrofss, incomensuráveis devastações e astronômicos prejuizos.


Terremotos, maremotos, tsunamis, guerras, atos de terrorismo, etc., etc.


Fico profundamente admirado ao ler comentários de vários “especialistas” na área de conhecimento e interpretação das Escrituras, os quais negam peremptoriamente que esses acontecimentos tenham qualquer relação com o texto bíblico e signifiquem de alguma maneira avisos escatológicos.


Tudo me leva a crer que uma nuvem de letargia está começando a tomar conta da mente e do coração de pessoas que exercem liderança perante a Igreja do Senhor. Na mente, por causa do pálido entendimento e no coração, devido a insensiblidade.


Estou escrevendo estas notas enquanto os instrumentos da mídia relatam com grande precisão os acontecimentos do Japão, vítima de um terremoto seguido de tsunami.


Muitos “mestres”estão ensinando aos seus discípulos que sempre houve terremotos, ao longo dos milênios de História da sociedade humana. Logo, estes não precisam ser observados sob uma perspectiva bíblica.


Acrescentam que tsunami e outros fenômenos são fatos sem qualquer conotação bíblica.


Lembro-me da revolução havida nas décadas de 80 e 90 do século passado, quando os teólogos exageraram absurdamente nas interpretações da Escatologia e os púlpitos de praticamente todo o mundo foram inundados por mensagens apocalipticas.


Os excessos foram evidentes. As frustrações, também.


A essa situação seguiu-se outra: o abandono das mensagens sobre a volta de Jesus, um fervente e progressivo esquecimento dos textos proféticos da Bíblia e o resultado está sendo sentido transparentemente: um estado coletiva e universal de indiferença.


No Brasil, particularmente, a Igreja Evangélica tem sido estimulada a uma vida de prosperidade terrena e compulsória. Paralelamente, nosso País tem experimentado melhoras de natureza sócio-econômkica em sua população, de sorte que o povo de Deus simplesmente tem se acomodado.


Quem está promovendo Congressos com temática escatológica? Onde estão sendo realizados Seminários sobre os Sinais dos Tempos? Quais os pregadores de projeção nacional que estão pregando a Segunda Vinda de Cristo?


Os livros de Escatologia foram e continuam a ser substituidos por Manaus de Auto-ajuda.


Certamente uma das poucas exceções é a equipe da Chamada da Meia-Noite. Mas, é muito pouco para uma ocasião tão carente.


Qualquer estatística genuina sobre os terremotos havidos nos últimos séculos nos assegura que eles estão se multiplicando grandemente, decênio após decênio.


Antes que termine, desejo somente citar dois trechos da Bíblia, absolutamentes ausentes dos púlpitos, das Escolas Dominicais, das Escolas Bíblicas de Obreiros e dos Seminários: Isaias 5.30 e Lucas 21.25.


O primeiro versículo diz: E bramarão contra eles naquele dia, como o bramido do mar; então olharão para a terra, e eis que só verão trevas e ânsia, e a luz se escurecerá nos céus.


Quanto ao segundo, este é o seu conteúdo: E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas.


Durante séculos os expositores-escritores da Bíblia ensinaram que a expressão bramido do mar deve ser entendida numa dimensão alegórica e que Jesus estava se referindo a convulsões sociais em nosso Planeta.


Não deveríamos repensar isto, com piedade, sabedoria e espírito de revelação?
Lucas 21 se insere no contexto do Sermão Profético e é o texto paralelo de Matues 24.


Pareceria aos meus leitores fora de propósito estimular a Igreja a voltar a preocupar-ee com a Volta do Mestre?


Se nada do que está acontecendo no mundo é profético e escatológico, das duas uma: Ou Jesus nunca voltará a esta Terra ou nada de verdadeiro existe em seu grandioso Sermão Profético.


A Cristandade não está atentando para os ensaios. Que não se seja apanhado de surpresa pela Orquestra, em sua forma final de exibição.


Chego a recordar o que o próprio Jesus declarou a respeito da entrada de Noé na Arca. Os homens assistiram por mais de um século a construção da Arca, mas quando chegou o momento do patriarca nela entrar, disse Jesus, não o perceberam.


Estaríamos nós atualmente como Lázaro? Ressuscitado, porém, com uma faixa nos olhos? Ressuscitado, porém, incapaz de ouvir?. Ressuscitado, porém com mãos e pés atados?.


Se os fatos havidos no Chile, no Haiti, na Indonésia, no Japão, etc, nada significam, que coisa precisa então acontecer para que se acredite nas profecias da Bíblia?


O argumento de alguns é que os acontecimentos de Nova Friburgo não eram escatológicos, senão apenas circunstanciais e ecológicos. Sempre estão esquecidos da força da presença da Noiva, que impede o pior.


Igreja do Senhor, desvencilha-te dos “mestres” céticos e volta-te para a revelação do Espírito, até que se cumpra o estabelecido no Livro de Deus: “vós tendes a unção do Santo e sabeis tudo”.


Creio firmemente que os fatos de ontem e de hoje são sinais dos tempos. Se estes não o são, outros de igual modo não o serão.


Bem-aventurados os pregadores que deleitam as massas com as ofertas do Salmo 23. Mas os herdeiros de Apolo não substituem os filhos de Issacar.


Portanto, sejam bem-vindos os pregadores que discernem os tempos e entregam ao Povo as chaves do Apocalipse

ESCRITO POR PR GEZIEL GOMES

sexta-feira, 11 de março de 2011

SUBSÍDIO PARA LIÇÃO BÍBLICA DA EBD Nª 11

O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA DE CRISTO. Subsídio para Lição Bíblica - 1º Trimestre/2011

Lição 11 - 1º Trimestre de 2011
Texto Bíblico: Atos 15.6-12
Texto Áureo: Atos 15.28, 29

O QUE É UM CONCÍLIO?

Como bem definiu o pastor Claudionor de Andrade em seu Dicionário Teológico (CPAD, 1998, p. 88), um concílio é uma:

[...] reunião convocada pelos representantes de uma igreja para deliberar acerca de uma linha de ação comum e pugnar pela ortodoxia doutrinária. Em qualquer concílio eclesiástico, a Palavra de Deus deve ter em tudo a primazia. Caso contrário: o primado humano sufocará e acabará por extinguir a influência do Espírito Santo.

Na lição Bíblica 11 da CPAD, p. 79, a definição dada pelo mesmo autor ficou assim: "O concílio, por conseguinte, é uma reunião de representantes da Igreja, cujo objetivo é deliberar acerca da fé, doutrina, costumes e disciplina eclesiática".

Nestas duas definições, me chama a atenção um pequeno detalhe. Na primeira, concílio é uma reunião "convocada pelos representantes de uma igreja", enquanto na segunda, é uma reunião "de representantes". As duas definições se complementam.

No meio assembleiano o termo "concílio" não é utilizado. Geralmente se usa "assembleia ordinária" ou "assembleia extraordinária", e geralmente contempla apenas uma parte da liderança da igreja.

O CONCÍLIO NA PERSPECTIVA NEOTESTAMENTÁRIA


Na perspectiva do Novo Testamento, a questão que gostaria de levantar é: Quem são estes representantes? Na página 80 da Lição Bíblica, o pastor Claudionor de Andrade faz menção de três ocasiões onde os apóstolos se reuniram para decidir sobre algumas pendências na comunidade cristã. São elas, a eleição de Matias (At 1:12-26), a instituição do diaconato (At 6:1-15; e a decisão acerca das imposições dos judaizantes sobre os crentes gentios (At 15:6-30). Observemos algumas passagens dentro daquilo que quero inicialmente levantar:

Naqueles dias, levantou-se Pedro no meio dos irmãos (ora, compunha-se a assembléia de umas cento e vinte pessoas) e disse:[...]. (At 1.15)

Quem foram os participantes desta assembleia? Os apóstolos e os "irmãos".

Observemos a segunda passagem citada:

Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra. O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. (At 6:2-6)

Quem convocou a comunidade dos discípulos? Os doze. Quem elegeu os diáconos? Toda a comunidade, sob a bênção e aprovação dos apóstolos (liderança da igreja).

Por quais razões, no meio assembleiano brasileiro, a "comunidade" não participa da escolha dos diáconos? Seria em razão do modelo de governo eclesiástico episcopal? De resíduos do clericalismo medieval? Da herança do coronelismo histórico brasileiro? Da influência do período da ditadura militar? Do modelo organizacional administrativo e piramidal? De uma interpretação bíblica equivocada? Penso que de tudo isso há um pouco.

Sinceramente? Há milhares de diáconos que nunca alcançariam tal posição, se dependesse da escolha da igreja. A razão? Homens que não preenchem os requisitos de Atos 6.3:

Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço;

Graças a Deus pelos diáconos que se enquadram no perfil bíblico, que não são apresentados por caprichos ou pelos interesses inescrupulosos de algumas lideranças.

Na terceira passagem citada, Atos 15.6-30, chamo a atenção para os versículos abaixo:

Então, se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão. [...] Então, pareceu bem aos apóstolos e aos presbíteros, com toda a igreja, tendo elegido homens dentre eles, enviá-los, juntamente com Paulo e Barnabé, a Antioquia: foram Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens notáveis entre os irmãos, [...]. Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: [...]. (Atos 15: 6,22 e 28)

No Concílio de Jerusalém, quem participou da assembleia e das decisões? Os apóstolos e os presbíteros, com toda igreja. Havia também a presença de uma pessoa, que já não é convidada para algumas assembleias e reuniões na atualidade: O Espírito Santo.

Sem mais delongas, a comunidade e o Espírito Santo já não participam de grande parte das nossas assembleias, reuniões e convenções. Quando participam, ficam sem vez e voz. As suas opiniões não são mais relevantes àqueles cujos interesses não estão no Reino de Deus, mas em seus próprios "reinos" e "impérios".

OS CONCÍLIOS AO LONGO DA HISTÓRIA DA IGREJA


Para uma visão geral dos concílios, acesse o seguinte link: Wikipédia-Concílios

QUESTÕES ATUAIS


De 12 a 14 de Abril, será realizada na cidade de Cuiabá-MT, a 40ª Assembleia Geral Ordinária da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil). Na ocasião serão tratadas algumas questões, dentre as quais:

1) Posicionamento da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) quanto à nulidade ou anulabilidade do casamento, união estável e concubinato, e a revisão do posicionamento acerca do divórcio, com leitura de parecer elaborado pela Comissão Especial designada na última Assembléia Geral Ordinária; 2) Ênfase aos princípios pentecostais, face à celebração do Centenário das Assembléias de Deus; 3) Perigos que ameaçam as Assembléias de Deus no Brasil: a) Mornidão; b) Modismos neopentecostais; c) Remoção dos marcos antigos; d) Omissão dos valores eclesiásticos.

Quem são os culpados pela mornidão na igreja? Já se ouviu a opinião da comunidade sobre isso? Já foi ouvida a voz do Espírito?

Modismos neopentecostais? Vamos tirar as fogueiras santas das Assembleias de Deus? As voltas em Jericó? A travessia do Mar Vermelho? Os mergulhos no Rio Jordão? Os cultos da vitória? Os cultos dos milagres? Os cultos da restituição? As determinações e decretos nas orações? O "eu profetizo" das pregações? A barganha dos dízimos e ofertas? A teologia da prosperidade? A teologia da conquista? Vamos resolver, ou simplesmente recomendar?

Remoção de "marcos antigos"? De quais "marcos antigos" vamos tratar? Dos usos e costumes? Da doutrina? Da liturgia? Da identidade? Que identidade? Ainda temos uma? Qual? Teremos mais recomendações, sem advertências e disciplinas?

Como tratar com um líder ou convenção assembleiana local, regional e estadual que não acredita na existência do inferno? Que entende que o falar em línguas não é a única evidência do batismo com o Espírito Santo? Que não acredita na trindade? Que banalizou o divórcio, e que possui um número considerável de obreiros divorciados pelos mais banais motivos? Como normatizar usos e costumes num país multicultural como o nosso? Vamos impor novas ou velhas regras?

Por quais valores eclesiásticos vamos lutar? Pela integridade? Pela justiça? Pela verdade? Pelo respeito ministerial? Pela honestidade? pela verdadeira união e comunhão? Vamos reunir as lideranças em litígio, ou vamos procrastinar soluções e fazer de contas que está tudo bem?

Na conclusão da Lição Bíblica está escrito: "Que o exemplo dos santos apóstolos mova a igreja de Cristo a livrar-se de toda briga local [...]". Que esse exemplo nos livre também das "brigas nacionais", abertas e escandalosas.

Na condição de denominação, onde e como estaremos nós no próximo Centenário (se Jesus não voltar antes)? Em parte, vai depender das respostas que daremos às questões acima levantadas.

Será que teremos nesta 40ª AGO, assim como acontece nos anos de eleições, a participação de mais de 10.000 inscritos para tratar e decidir sobre questões tão relevantes? Gostaria de estar errado, mas penso que não chegaremos nem perto deste número.

Oremos por concílios, reuniões ou assembleias proveitosas, que de fato resolvam, estando também abertas para ouvir toda a comunidade e a voz do Espírito.

EXTRAÍDO DO BLOG DO PR ALTAIR

GERMANO